Carmem cantando “Adeus Batucada”

Depois de Londres, Caetano deu o maior susto naquela juventude que queria mudar o mundo, e esperava as mais eletrificadas revoluções musicais. Caetano chegou olhou no fundo do olho da Tv, e tocou no violão Adeus Batucada. Tinha ido embora chorando, mas com o coração sorrindo. Ninguém entendeu bem, mas Carmen era o Pós-Tropicalismo de Caetano Veloso.

A original da Carmen Miranda mesmo, cantando o samba do Sinval Silva em 1935:

“…eles mostraram esperar de mim uma versão mais madura e mais sofisticada daquilo que estavam aprendendo a cultuar: uma fusão do pop inglês com o samba-jazz carioca. Entrei apenas com meu violão e cantei “Adeus Batucada”, o genial samba de SInval Silva que fora  a mais bela gravação de Carmen Miranda. Nada podia ser mais fiel à história tropicalista: um contraste gritante com o samba-jazz e com a fusion, uma referência à Carmen Miranda (e justamente com um samba em que a grande exilada da música popular brasileira dizia que ia embora -chorando, mas com o coração sorrindo – pois ia – deixar todo mundo valorizando a batucada – a garotada ficou perplexa e decepcionada”

(Pedaço do Verdade Tropical, pag. 466, sobre a participação de Caetano no programa Som Livre Exportação, apresentado por Ivan Lins na TV Globo)