Laboratório de Rádio Digital SESC SANTO AMARO 2017

– Pamonhas, Pamonhas, Pamonhas… – Um dia alguém falou que o som que vinha da kombi da pamonha era puro Rádio. De lá para cá, pensar nas infinitas (e ancestrais) possibilidades da comunicação pelo som virou um desafio que aumenta cada vez mais nossa vontade de fazer Rádio. Murray Schafer no artigo Rádio Radical já tinha matado a charada: O Rádio já existia muito antes de ter sido inventado.

Hoje quase tudo é som. Do apito da fábrica de tecido aos mais picantes furos jornalísticos, um bom audio vale mais do que qualquer delação. A voz das ruas. O canto do passarinho e o silêncio em extinção. Em tempos de sinais sonoros por todos os lados, nossas antenas buscam alguma sintonia. O Rádio nos conecta, seja no aparelinho de pilha, no celular, na internet ou no carro da pamonha. Nas entrelinhas do som, a intimidade.

Passados os deslumbres tecnológicos dos tempos de Roquette Pinto, é tempo de pensar o Rádio não mais como tecnologia, mas como mensagem, expressão, comunicação pelo som. Como bem disse o Bertold Brecht  na sua Teoria do Rádio em 1932  (e ainda atual), uma vez inventado o Rádio, é preciso inventar O QUE tocar no Rádio. O Rádio que comunica pela vibração sonora, pelo clima, pela palavra falada, pelo tom, pela troca. A voz do outro. Fantasia em companhia.

Se o Rádio é mensagem e expressão pelo som, o desafio agora é nos apropriarmos dos recursos que o mundo digital nos dá (e o auto-falante da pamonha também) para extrapolarmos a barreira das Frequências Moduladas e ocupar novas frequências. O Ar é livre, vamos ocupar! Vamos salpicar pelos ares nossas ideias, novas ideias. Experimentar. Fazer poema. Ouvir.  Vamos fertilizar os ares com  acalantos, gritos, novidades, conversas, conflitos, vontades, denúncias, mentiras, verdades. Arte. Realidade. O Rádio, A Rádio.

Para nos inspirar nessa jornada de Reinvenção do Rádio, selecionamos alguns pensamentos libertadores, desde os anos 30 até os tempos atuais. Rádio das ruas, das escolas, do poste, digital ou analógico, do whatssap, do youtube, do auto falante. O Rádio que foi avô da internet, e hoje é filho dela. Som cheio de vida e vontade (Biancamaria Binazzi).

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